EDUCAÇÃO DOS FILHOS

Aos cônjuges casados na Igreja Católica, no rito do matrimônio, uma das perguntas que o padre ou o ministro faz aos noivos, é se “aceitam os filhos que Deus conceder e se prometem educar na fé católica que professam. Precisamos estar cientes de que, a nossa santificação e, consequentemente, a nossa salvação, se dá a partir do nosso sim perante o sacerdote, no sacramento do matrimônio e do cumprimento desta resposta em nossas vidas no dia a dia.  O Catecismo da Igreja Católica (CIC),  no parágrafo 1653, nos ensina que:

A fecundidade do amor conjugal se estende aos frutos da vida moral, espiritual e sobrenatural que os pais transmitem a seus filhos pela educação. Os pais são os principais e primeiros educadores de seus filhos. Neste sentido, a tarefa fundamental do Matrimônio e da família é estar a serviço da vida.

Como pai e mãe, devemos assumir a educação de nossos filhos na fé cristã católica como primeira e principal missão. Eles não podem ser vistos como gerador de gastos, como aqueles que “atrapalham” nossa rotina, e nos dão muito trabalho. Precisamos entender que filho é missão! O que Deus espera de nós, como pais, é que demos aos nossos filhos o que eles necessitam. Mas, sabemos do que nossos filhos realmente necessitam? Talvez nossa resposta imediata seja: “meu filho precisa de estudos, de roupas, de alimentos…”. É verdade que eles necessitam destas coisas e é bom lhes dar tudo isso. Contudo, nós pais, temos lhes negado um direito que está acima de todas estas necessidades, o direito de adorar a Deus, fato muito recorrente no seio familiar atual.

Os pais devem ser os “diretores espirituais” dos seus filhos, na educação católica, devem ensinar a espiritualidade às crianças, desde o ventre materno. Na infância a criança deve ter seu pai e sua mãe como exemplos, pois o próprio Jesus ficou unido a seus pais, Maria e José, durante muitos anos, e foi com eles que Jesus aprendeu a rezar. Como pais, devemos ser modelos de fé e caridade para os filhos, e essa tarefa exige a busca pela santidade do casal: a mulher ornada de virtudes, cheia de amor e acolhimento; o homem cheio de virtudes, corajoso, provedor da fé e do pão. Precisamos nos atentar para não “terceirizar” a educação dos nossos filhos, ou seja, permitir que outros os eduquem. A Santa Igreja, pelo Catecismo, parágrafo 1656, afirma que a educação filial compete aos pais:

Em nossos dias, num mundo que se tornou estranho e até hostil à fé, as famílias cristãs são de importância primordial, como lares de fé, viva e irradiante. É Jpor isso que o Concílio Vaticano II chama a família, usando uma antiga expressão, de “Ecclesia domestica”. É no seio da família que os pais são “para os filhos, pela prática e pelo exemplo…” Os primeiros mestres da fé. E favoreçam a vocação própria a cada qual, especialmente a vocação sagrada.

Devemos estar atentos para que nossos filhos não fiquem mais sob a responsabilidade de outros que a nossa, cuidando para que não seja na escola que a criança fique maior parte do dia, pois ela aprende ao observando, permanecendo mais tempo com outras pessoas, principalmente na fase dos seus primeiros anos e adolescência. Nessas fases, quem serão os seus mentores? A criança e o adolescente carecem de mestres.

O pai de Santa Teresinha foi o seu diretor espiritual. Foi com São Luis Martins que a pequena Teresinha se encantou pela Eucaristia, ao observar como seu pai se comportava na Santa Missa. Segundo relatos da Santa em sua biografia, ela ficava maravilhada ao ver como os olhos de seu pai brilhavam naquele momento da Missa. Foi observando o seu pai que ela começou a entender a grandiosidade daquele momento no rito da Missa. Como cristãos católicos, precisamos transmitir a verdadeira educação em nossos lares, pois assim nos recomenda a Sagrada Escritura no livro de Deuteronômio 6, 1-7:

Eis as ordenações, as leis e os preceitos que o Senhor, vosso Deus, me ordenou ensinar-vos, a fim de que os pratiqueis na terra aonde ides entrar para tomar posse dela. Assim, temerás o Senhor, teu Deus, observando todos os dias de tua vida, tu, teu filho e o filho de teu filho, todas as leis e os mandamentos que te prescrevo, e teus dias serão prolongados.Tu os ouvirás, pois, ó Israel, e cuidarás de cumpri-los, para que sejas feliz e te multipliques copiosamente na terra que mana leite e mel, como te prometeu o Senhor, o Deus de teus pais. Ouve, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todas as tuas forças. Os mandamentos que hoje te dou serão gravados no teu coração. Tu os inculcarás a teus filhos, e deles falarás, seja sentado em tua casa, seja andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares.

O autor sagrado nos indica a maior e mais importante missão paternal: dar Deus aos filhos. Esta Palavra precisa direcionar as nossas vidas! Também é importante que meditemos acerca de duas perguntas: “A quem eu educo como pai e mãe? Por que devo educá-lo?”.  Devemos buscar no Pai a convicção plena de que educamos um filho de Deus, para que seja santo!

A maternidade e a paternidade são um DOM, e o mesmo Deus que nos deu essa dádiva, nos dará a graça de sermos, para os nossos filhos, aquilo que Ele sonhou ao nos conceder tão maravilhoso presente, nos direcionando e nos alimentando sempre para não nos perdermos no caminho. Assim nos ensina a Santa Igreja, no parágrafo 1657 do Catecismo:

É na família que se exerce de modo privilegiado o sacerdócio batismal do pai de família, da mãe e dos filhos, de todos os membros da família., “na recepção dos sacramentos, na oração e ação de graças, no testemunho de uma vida santa, na abnegação e na caridade ativa”. O lar é assim, a primeira escola de vida cristã, e “uma escola de enriquecimento humano”. É aí que se aprende a resistência a fadiga e a alegria do trabalho, o amor fraterno, o perdão generoso e mesmo reiterado e, sobretudo, o culto divino pela oração e oferenda de sua vida.

Pela intercessão de São Luis Martin e Santa Zélia Guérin, sejamos Papais e Mamães santos e assim santifiquemos os filhos, nossos dons!

Rafaela Cassimiro e   Juninho Cassimiro

Discípulos Missionários Kénosis

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *